Esta operação militar intensiva provocou uma nova onda de deslocamentos em massa e a condenação da comunidade internacional.

A ofensiva representa uma nova fase na guerra que dura há quase dois anos, com o exército israelita a empregar uma força descrita como "sem precedentes" e a avançar com várias divisões para o coração da cidade. A estratégia inclui bombardeamentos intensos que precedem o avanço das tropas terrestres, com o exército a anunciar ter atingido mais de 150 alvos em dois dias, incluindo edifícios altos que, segundo Israel, eram usados pelo Hamas para vigilância.

Esta ação militar gerou uma crise humanitária catastrófica, com milhares de palestinianos a fugir para sul através de corredores de evacuação sobrelotados e perigosos. Organizações humanitárias e a ONU alertam para o colapso iminente do sistema de saúde, com hospitais sobrecarregados e incapazes de funcionar. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que "a incursão militar e as ordens de evacuação no norte de Gaza provocam novas vagas de deslocamentos", forçando "famílias traumatizadas a concentrar-se numa área cada vez mais reduzida, incompatível com a dignidade humana".

A operação também levanta sérias preocupações sobre o destino dos reféns ainda detidos pelo Hamas, com o coordenador israelita para o seu regresso, Gal Hirsch, a admitir que a sua presença torna a operação mais lenta e que eles "estão em perigo".

O número de mortos no enclave ultrapassou os 65.000, segundo as autoridades de Gaza, com uma comissão da ONU a acusar Israel de cometer genocídio.