A situação humanitária na Faixa de Gaza atingiu um ponto crítico, com organizações internacionais a alertar para um colapso iminente dos serviços de saúde e uma crise de fome generalizada. A ofensiva militar israelita na Cidade de Gaza exacerbou drasticamente as condições, forçando centenas de milhares de pessoas a deslocarem-se para áreas já sobrelotadas no sul do enclave, que carecem de infraestruturas básicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que os hospitais estão "à beira do colapso", com uma taxa de ocupação de camas a atingir 250% no hospital Al-Shifa e com o acesso a mantimentos vitais, como combustível, a ser bloqueado. O Hospital Al-Rantisi, o único pediátrico especializado na Cidade de Gaza, foi bombardeado, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Organizações como a Cáritas e os Médicos Sem Fronteiras (MSF) descrevem a situação como uma "sentença de morte" para a população.
Um comunicado assinado por mais de 40 entidades humanitárias afirma que as famílias enfrentam um "dilema impossível: fugir e arriscar a morte na estrada e em áreas de deslocamento superlotadas, ou permanecer e enfrentar bombardeamentos implacáveis". Jacob Granger, dos MSF, destacou que a população tem de escolher entre sofrer as operações militares ou "deixar todos os seus pertences no norte e tentar ir para sul, em busca de um pedaço de terra para se voltar a estabelecer". As autoridades de Gaza estimam que cerca de um milhão de deslocados se encontram agora no sul, em zonas que carecem de água, alimentos, abrigo e eletricidade, tornando a vida "quase impossível".
Em resumoA crise humanitária em Gaza aprofundou-se com a recente ofensiva militar, levando ao colapso do sistema de saúde e a um deslocamento massivo da população para condições insustentáveis. Organizações humanitárias denunciam o bloqueio deliberado de ajuda e alertam que a população enfrenta uma escolha entre a fome e os bombardeamentos, com consequências devastadoras para centenas de milhares de civis.