A comunidade internacional intensificou os esforços diplomáticos para resolver o conflito israelo-palestiniano, culminando numa conferência de alto nível na sede da ONU, em Nova Iorque, focada na implementação da solução de dois Estados. O evento, copresidido pela França e pela Arábia Saudita, serviu de palco para uma onda de reconhecimentos do Estado da Palestina e para apelos urgentes à paz. Durante a conferência, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um discurso contundente, alertando para o "crescente isolamento de Israel no panorama global" e questionando qual seria a alternativa à solução de dois Estados. Guterres sublinhou que negar o Estado palestiniano "seria um presente para os extremistas em todo o lado". A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a criação de um "grupo de doadores para a Palestina" e um "instrumento específico para a reconstrução de Gaza", reforçando que "qualquer futuro Estado palestiniano tem de ser viável, também do ponto de vista económico". O Egito também se comprometeu a acolher uma conferência internacional sobre a reconstrução de Gaza assim que um cessar-fogo for alcançado.
No entanto, a diplomacia enfrentou obstáculos, nomeadamente a recusa de vistos de entrada nos EUA para a delegação palestiniana, incluindo o presidente Mahmoud Abbas, que teve de intervir por vídeo.
Guterres expressou a sua "desilusão" com esta decisão, que a administração norte-americana justificou com o seu "compromisso de não recompensar o terrorismo".
Em resumoA conferência na ONU e as iniciativas diplomáticas associadas, como o reconhecimento da Palestina e os planos de reconstrução de Gaza, demonstram um esforço renovado da comunidade internacional para promover a solução de dois Estados. Contudo, a ausência da delegação palestiniana e a firme oposição de Israel evidenciam os enormes desafios que persistem para alcançar um progresso tangível e duradouro.