O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, respondeu à crescente onda de reconhecimento internacional do Estado da Palestina com uma rejeição categórica da solução de dois Estados e a promessa de expandir os colonatos judaicos na Cisjordânia ocupada. Numa mensagem de vídeo dirigida aos líderes ocidentais, Netanyahu afirmou que o reconhecimento de um Estado palestiniano após os ataques de 7 de outubro de 2023 constitui uma "enorme recompensa ao terrorismo". A sua posição intransigente reflete a política do seu governo de coligação, que inclui elementos da extrema-direita, como o ministro da Segurança, Itamar Ben Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que também defendem a anexação de território em Gaza.
Netanyahu declarou de forma inequívoca: "Nenhum Estado palestiniano será criado a oeste do [rio] Jordão".
Para reforçar esta posição, anunciou a intenção de intensificar a construção nos colonatos: "Duplicámos os colonatos judeus na Judeia e Samaria [designação israelita para a Cisjordânia] e continuaremos nesse caminho".
Esta postura desafia diretamente os apelos da comunidade internacional, incluindo os do secretário-geral da ONU, António Guterres, que alertou que a oposição à solução de dois Estados apenas aprofundará o "crescente isolamento de Israel no panorama global".
A oposição israelita, liderada por Yair Lapid, criticou a abordagem de Netanyahu, classificando a situação como um "desastre diplomático" que poderia ter sido evitado com um "diálogo diplomático profissional".
Em resumoA resposta de Benjamin Netanyahu ao reconhecimento da Palestina demonstra uma linha dura e inflexível, rejeitando a solução de dois Estados e prometendo a expansão dos colonatos. Esta política não só agrava as tensões com a comunidade internacional e os palestinianos, mas também gera divisões internas em Israel, com a oposição a responsabilizá-lo por um "desastre diplomático".