Este movimento coordenado, que se espera ser seguido por outros países como Bélgica, Luxemburgo e Malta, representa uma mudança estratégica destinada a revitalizar a solução de dois Estados e a aumentar a pressão sobre o governo israelita.

A decisão, anunciada na véspera de uma conferência de alto nível nas Nações Unidas, foi recebida com reações diametralmente opostas.

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, aplaudiu a medida como “um passo importante e necessário” para uma paz justa, enquanto o Hamas a considerou “uma vitória para os direitos do povo palestiniano”. A Liga Árabe e nações como a Arábia Saudita e o Qatar saudaram os reconhecimentos como uma correção de um “erro histórico” e um apoio fundamental ao processo de paz.

Em contraste, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou veementemente a ação, classificando-a como uma “enorme recompensa ao terrorismo” e prometendo que “nenhum Estado palestiniano será criado a oeste do [rio] Jordão”.

Em resposta, Netanyahu anunciou a intenção de expandir a colonização judaica na Cisjordânia.

A oposição israelita, liderada por Yesh Atid, responsabilizou o primeiro-ministro por este “desastre diplomático”.

O embaixador de Israel em Lisboa afirmou que a decisão portuguesa “prejudica qualquer perspetiva de paz”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, contrapôs, defendendo que o estatuto de Estado para os palestinianos “é um direito, não uma recompensa”, alertando para o “crescente isolamento de Israel no panorama global”.