Esta postura assertiva estende-se à sua influência regional, onde continua a apoiar grupos aliados, gerando tensões com os governos locais, como no Líbano.

A principal fonte de atrito é a possibilidade de os países europeus reativarem as sanções internacionais levantadas pelo acordo nuclear de 2015. Em resposta, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão advertiu que tal medida levaria à “suspensão de facto da cooperação com a agência” (AIEA), o que eliminaria a supervisão internacional sobre as suas atividades nucleares.

A esta ameaça juntou-se a do general Abdolrahim Mousavi, que prometeu uma “resposta oportuna, decisiva, lamentável e inimaginável” a qualquer agressão externa.

A influência regional de Teerão também continua a ser um fator de instabilidade.

No Líbano, o governo sentiu a necessidade de emitir uma declaração pública a reafirmar a sua soberania após o líder supremo do Irão, o Ayatollah Ali Khamenei, ter elogiado o Hezbollah. O ministro dos Negócios Estrangeiros libanês sublinhou que “a única autoridade duradoura no Líbano é o Governo legítimo”, numa clara mensagem a Teerão de que a sua interferência através de grupos como o Hezbollah não é incondicionalmente aceite.

Este episódio ilustra o delicado equilíbrio que os Estados da região têm de gerir face ao poder e à influência do Irão.