Guterres sublinhou o crescente isolamento de Israel no cenário global e defendeu que o reconhecimento do Estado palestiniano é "um direito e não uma recompensa".

Numa conferência na ONU, Guterres confrontou os opositores da solução de dois Estados, questionando: "Qual é a alternativa? Um cenário de um Estado onde os palestinianos são privados de direitos básicos?

(...) Isto não é paz nem justiça.

Isto só aumentará o crescente isolamento de Israel no panorama global".

O líder da ONU criticou a "expansão implacável" dos colonatos israelitas e a violência na Cisjordânia como ameaças existenciais a uma paz duradoura.

As suas preocupações foram ecoadas por outros líderes.

O emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, acusou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de procurar ativamente a continuação da guerra para construir um "Grande Israel", destruir Gaza e expandir os colonatos. O Rei Abdullah II da Jordânia criticou o que considerou um duplo padrão da comunidade internacional, afirmando que os apelos de Israel por um "Grande Israel" só podem ser concretizados através da "violação flagrante da soberania e integridade territorial dos seus vizinhos". Ambos os líderes árabes sublinharam que Israel está a "enterrar intencionalmente a própria ideia de um Estado palestiniano", minando qualquer perspetiva de paz na região.