O governo libanês reafirmou recentemente a sua soberania face a declarações do líder supremo iraniano, evidenciando a delicada balança de poder no país.
O chamado "eixo de resistência", uma coligação de grupos liderada pelo Irão que se opõe a Israel e à influência ocidental, desempenha um papel central na dinâmica do Médio Oriente.
Este eixo inclui o Hezbollah no Líbano, os rebeldes Huthis no Iémen e grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica.
Recentemente, o líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, elogiou o Hezbollah, afirmando que "não deve ser subestimado nem a sua grande riqueza negligenciada".
Estas declarações provocaram uma resposta firme do ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Youssef Rajji.
Numa declaração pública, Rajji sublinhou que "a única autoridade duradoura no Líbano é o Governo legítimo" e reiterou a decisão governamental de que "as armas sejam confinadas ao Estado". Esta troca de declarações expõe a fratura interna no Líbano, onde o Hezbollah opera como um "Estado dentro do Estado", com um arsenal que rivaliza com o do exército nacional. O envolvimento do Hezbollah em confrontos com Israel na fronteira sul do Líbano, em paralelo com a guerra de Gaza, e a sua ligação ao Irão, colocam o Líbano numa posição precária, com o risco constante de ser arrastado para um conflito de maior escala. A afirmação de soberania por parte do governo de Beirute é uma tentativa de se distanciar das agendas regionais do Irão e de evitar uma guerra devastadora.














