O plano visa um cessar-fogo e a reconstrução do enclave, mas as suas condições são vistas como uma tentativa de aniquilar o movimento islamita. O plano de 20 pontos, que já terá sido aceite por Israel, prevê um cessar-fogo, a retirada gradual das tropas israelitas, o desarmamento do Hamas e a reconstrução de Gaza com apoio internacional.

No entanto, a proposta foi recebida com profundo ceticismo e divisões internas no seio do Hamas.

O líder da ala militar em Gaza, Izz al-Din al-Haddad, comunicou aos mediadores a sua total oposição, afirmando acreditar que “o plano foi elaborado para acabar com o Hamas, independentemente de o movimento islamita palestiniano o aceitar ou não”.

Esta fação está determinada a continuar a lutar.

Em contraste, a liderança política do Hamas no Qatar estaria aberta a aceitar o plano com ajustes, embora a sua influência sobre os combatentes e a gestão dos reféns seja limitada. A desconfiança em relação a Israel é um obstáculo central, exacerbada pela recente tentativa de assassinato da liderança do Hamas em Doha e por declarações do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que parecem contradizer os termos do acordo, nomeadamente ao insistir na permanência militar em Gaza e ao rejeitar a criação de um Estado palestiniano.

A controvérsia estendeu-se ao Paquistão, cujo primeiro-ministro manifestou apoio inicial, mas o chefe da diplomacia, Ishaq Dar, esclareceu que o documento tinha sido “substancialmente modificado” sem o seu conhecimento.

Um líder do Hamas, Mohamed Nazzal, reforçou a posição do movimento, afirmando que “não aceita ameaças, ditames ou pressões”.