Segundo a estação britânica BBC, o líder da ala militar do Hamas em Gaza, Izz al-Din al-Haddad, comunicou aos mediadores a sua rejeição do plano de 20 pontos de Donald Trump. Al-Haddad acredita que o acordo foi concebido “para acabar com o Hamas, independentemente de o movimento islamita palestiniano o aceitar ou não”, e, por isso, está determinado a continuar a luta.

Esta posição intransigente reflete uma profunda desconfiança em relação a Israel e aos mediadores, exacerbada pela recente tentativa israelita de assassinar a liderança do Hamas em Doha. Em contrapartida, a liderança política do Hamas no Qatar mostra-se mais aberta a aceitar o plano com alguns ajustes, mas a sua influência parece ser limitada, dado não ter controlo direto sobre os reféns detidos em Gaza. Mohamed Nazzal, um dos líderes do Hamas, afirmou que o movimento “não aceita ameaças, ditames ou pressões” e que a resposta oficial, embora prometida para “muito em breve”, terá em conta os interesses palestinianos. A divergência entre as alas militar e política ilustra a complexidade da estrutura de poder do Hamas e a dificuldade em alcançar um consenso interno, o que pode comprometer a viabilidade de qualquer acordo de paz.