Esta iniciativa diplomática, que se baseia em “contactos de confiança” com Israel, surge num contexto de elevadas tensões regionais e preocupações com o programa nuclear iraniano. Numa declaração feita em Duchambé, Putin afirmou: “Continuamos a manter contactos de confiança com Israel e estamos a receber sinais da liderança israelita a pedir-nos para transmitir aos nossos amigos iranianos que Israel está empenhado numa resolução”. O líder do Kremlin realçou que Israel “não está interessado em qualquer tipo de confronto” com Teerão. A mediação russa visa desanuviar as tensões que se seguiram ao conflito de 12 dias entre os dois países em junho, que Telavive justificou com o programa nuclear da república islâmica. Putin sublinhou a sua convicção de que a diplomacia é a única via para resolver a questão nuclear, afirmando que “não há alternativa razoável”. O presidente russo indicou que também mantém um contacto próximo com as autoridades iranianas, que, segundo ele, desejam “retomar a cooperação construtiva com a Agência Internacional de Energia Atómica [AIEA]”. A intervenção de Moscovo, que se posiciona como um interlocutor credível para ambas as partes, é um desenvolvimento significativo nos esforços para conter a instabilidade no Médio Oriente, onde grupos apoiados pelo Irão, como o Hezbollah e o Hamas, são atores centrais no conflito com Israel.