No âmbito das complexas negociações de paz para Gaza, a proposta de envio de uma força internacional de estabilização surge como um elemento central, mas controverso. A ideia, que conta com o apoio de nações europeias como a Itália, visa garantir a segurança no enclave pós-conflito, mas enfrenta a desconfiança de fações do Hamas, que a encaram como uma nova forma de ocupação. O plano de paz de 20 pontos, apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, prevê o envio de “uma Força Internacional de Estabilização temporária” para Gaza, composta por forças norte-americanas e de países árabes. Esta iniciativa encontrou eco na Europa, com o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, a declarar que o seu governo está disponível para contribuir para a paz em Gaza, inclusivamente com o envio de tropas.
Tajani considera que o acordo alcançado entre Israel e o Hamas “marca um momento crucial na História”.
No entanto, esta componente do plano é vista com grande ceticismo por parte da liderança militar do Hamas em Gaza.
Segundo a estação BBC, alguns dirigentes do movimento opõem-se ao destacamento desta força, que consideram ser “uma nova forma de ocupação”. A relutância palestiniana reflete uma profunda desconfiança sobre as intenções de qualquer presença militar estrangeira no território, temendo que esta sirva para consolidar o controlo externo em vez de garantir uma paz genuína e a autodeterminação.
Em resumoA proposta de uma força de paz internacional para Gaza ilustra o dilema central das negociações: conciliar a necessidade de mecanismos de segurança robustos com as preocupações palestinianas sobre soberania. O sucesso desta iniciativa dependerá da capacidade de construir confiança e garantir que a força seja vista como um garante imparcial da paz, e não como uma força de ocupação.