Esta deslocação massiva expõe a escala da devastação no enclave, com os retornados a enfrentarem um futuro incerto perante a destruição generalizada das suas casas e infraestruturas.

Desde a manhã de sábado, milhares de pessoas, incluindo crianças, mulheres e idosos, foram vistas a percorrer as estradas danificadas, nomeadamente a Estrada de al-Rashid, em direção à Cidade de Gaza. A maioria viaja a pé ou em carroças puxadas por burros, carregando os poucos pertences que conseguiram salvar após dois anos a viver em campos de refugiados.

A viagem é descrita como um regresso "ao desconhecido", pois grande parte dos edifícios e infraestruturas no norte do enclave foi completamente destruída pelos bombardeamentos israelitas.

Testemunhos de palestinianos que regressam refletem o desespero e a incerteza.

Maryam Abu Jabal disse à AlJazeera: “Nós regressamos ao desconhecido, sem saber se as nossas casas ainda existem”.

Outro residente, Mohammed Sharaf, afirmou: “Tudo mudou.

Estamos a regressar a um desastre que não conseguimos compreender”.

Estas declarações ilustram a profunda crise humanitária que persiste mesmo com o silenciar das armas, onde a sobrevivência diária e a reconstrução de vidas do zero se tornam o próximo grande desafio para a população de Gaza.