Este ressurgimento visa garantir a ordem e combater a criminalidade, mas também reafirma a autoridade do movimento islamita no enclave, num momento crucial para a sua futura governação.
Membros das forças de segurança do Hamas foram destacados para mercados e estradas, marcando o seu regresso à esfera pública após dois anos de guerra. A reafirmação da sua autoridade não foi pacífica, com relatos de “intensos combates” no bairro de Shujaiya, na cidade de Gaza.
Confrontos violentos opuseram uma unidade especial do Hamas, a “Força de Dissuasão”, a clãs e gangues armados.
Uma fonte da segurança palestiniana declarou que a operação visava “neutralizar indivíduos procurados” e “garantir a segurança e a estabilidade”.
Esta demonstração de força ocorre num contexto delicado, uma vez que o plano de paz do Presidente Trump prevê a exclusão do Hamas da futura governação de Gaza e a destruição do seu arsenal. O acordo estipula que os membros do Hamas que entreguem as armas poderão beneficiar de uma amnistia, enquanto os restantes enfrentarão o exílio, uma proposta que um alto responsável do Hamas já classificou como “absurda”. O regresso do Hamas às ruas, enquanto mais de meio milhão de deslocados regressam à cidade de Gaza, sinaliza a sua intenção de permanecer como a autoridade de facto no território, desafiando diretamente um dos pilares centrais do acordo de paz.













