A comunidade internacional, incluindo a ONU e os EUA, alerta para o risco de colapso da trégua. Apenas uma semana após o início da trégua, o exército israelita retomou os bombardeamentos no sul de Gaza, atingindo as zonas de Khan Yunis e Rafah, alegando responder a uma “flagrante violação” do acordo por parte do Hamas.

Estes ataques resultaram na morte de pelo menos 15 a 20 pessoas, segundo fontes palestinianas, e levaram Israel a suspender o acesso de ajuda humanitária ao enclave. A instabilidade já tinha sido antecipada pelo Departamento de Estado norte-americano, que alertou para “relatos credíveis” de que o Hamas planeava uma “violação iminente” do cessar-fogo. Por seu lado, o Hamas negou as acusações israelitas e já tinha acusado Israel de ter violado o acordo em 47 ocasiões desde a sua implementação.

O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, descreveu a situação com apreensão, afirmando que “cada dia é uma prova” e apelou para que os garantes do acordo, especialmente os Estados Unidos, se mantenham “plenamente empenhados para que o plano de paz seja bem-sucedido”. A sua preocupação reflete o sentimento generalizado de que a trégua, embora essencial, assenta em bases frágeis e que qualquer escalada pode rapidamente reverter os progressos alcançados.