Uma semana de intensos combates na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, marcada por ataques aéreos e confrontos armados que causaram dezenas de mortos, culminou num acordo de cessar-fogo mediado pelo Qatar. A escalada de violência, desencadeada por um alegado ataque paquistanês contra o líder do TTP em Cabul, expôs a profunda desconfiança entre os dois países e suscitou apelos ao diálogo por parte de potências regionais como a China e o Irão. O conflito intensificou-se após o Paquistão ter realizado "ataques aéreos de precisão" contra o que descreveu como alvos do grupo terrorista Hafiz Gul Bahadur em território afegão. As autoridades talibãs acusaram o Paquistão de violar o cessar-fogo e de bombardear a província de Paktika, resultando na morte de pelo menos 10 civis, incluindo oito jogadores de críquete. A tensão levou a uma ronda de negociações de emergência em Doha, com a participação dos ministros da Defesa de ambos os países, que resultou num acordo para cessar as hostilidades e agendar um novo encontro em Istambul. No centro da disputa está a acusação de Islamabade de que Cabul oferece refúgio ao Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), um grupo que visa derrubar o Estado paquistanês, algo que as autoridades talibãs negam.
A comunidade internacional reagiu com preocupação.
O Irão saudou o acordo, esperando que conduza a uma resolução pacífica, enquanto a China, que se considera um "vizinho amigo", apelou a que a trégua seja "duradoura" e ofereceu-se para desempenhar um "papel construtivo" na melhoria das relações entre os dois países.
Em resumoApós uma semana de confrontos mortais na fronteira, o Paquistão e o Afeganistão alcançaram um cessar-fogo mediado pelo Qatar. A escalada, que incluiu ataques aéreos paquistaneses com vítimas civis, foi motivada por acusações de apoio ao terrorismo, e a frágil trégua é agora observada atentamente por potências regionais como a China e o Irão.