Esta deliberação judicial, juntamente com iniciativas diplomáticas como a da Noruega, coloca a legalidade das ações no enclave sob escrutínio global.

O TIJ, a mais alta instância judicial da ONU, deliberou que Israel tem a obrigação, perante o direito internacional, de facilitar a entrega de ajuda na Faixa de Gaza e de satisfazer as necessidades básicas da população palestiniana. Em resposta, a Noruega, que esteve na origem da consulta ao tribunal, anunciou que irá apresentar uma resolução para "apoiar o parecer do TIJ e ajudar a garantir que a sua decisão é implementada".

O ministro norueguês Espen Barth Eide sublinhou que "nenhum país pode colocar-se acima das suas obrigações perante o direito internacional".

A decisão foi categoricamente rejeitada por Israel, cujo porta-voz da diplomacia a considerou "mais uma tentativa política de impor medidas políticas contra Israel sob o pretexto do 'direito internacional'".

A perspetiva da ONU é sombria.

O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou que no conflito "todas as linhas vermelhas possíveis foram ultrapassadas", o que "minou o direito internacional" e fez com que o direito internacional humanitário "perdesse relevância". Segundo Lazzarini, esta situação alimentou uma crescente divisão, com o Sul Global a acreditar que o direito humanitário "perdeu a sua dimensão universal".