Uma votação preliminar no parlamento israelita para anexar a Cisjordânia ocupada desencadeou uma forte condenação por parte dos Estados Unidos, o principal aliado de Israel, criando uma crise diplomática que ameaça as relações bilaterais e os esforços de paz regionais. O Knesset aprovou o projeto de lei por uma margem de apenas um voto (25 a favor, 24 contra), um primeiro passo que necessitará de mais três votações para se tornar lei. A proposta, impulsionada por partidos de extrema-direita da coligação governamental, como os liderados pelos ministros Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, visa aplicar a soberania israelita às áreas de colonatos na Judeia e Samaria.
A reação da administração norte-americana foi imediata e severa.
O presidente Donald Trump afirmou categoricamente que a anexação "não vai acontecer" e alertou que Israel perderia o apoio dos EUA se avançasse com o plano. O vice-presidente JD Vance, que se encontrava em Israel, classificou a votação como um "insulto" e uma "manobra política estúpida".
O secretário de Estado Marco Rubio também advertiu que a medida seria "contraproducente" e poderia desestabilizar os esforços para manter a trégua em Gaza.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tentou distanciar-se da polémica, atribuindo a votação a "uma provocação deliberada da oposição" para criar discórdia durante a visita de Vance. No entanto, a imprensa israelita notou que membros da sua coligação governamental apoiaram o projeto, evidenciando as profundas divisões e a pressão da extrema-direita sobre o governo de Netanyahu.
Em resumoA iniciativa de anexação da Cisjordânia, embora ainda em fase preliminar, expôs uma fratura significativa entre o governo de Israel e a administração dos EUA. A forte oposição de Washington demonstra que tal medida é vista como uma linha vermelha que pode comprometer não só o apoio americano, mas também a estabilidade de toda a região.