A troca de reféns e prisioneiros, um pilar central do acordo de cessar-fogo em Gaza, atingiu uma fase crítica com a libertação dos últimos reféns vivos detidos pelo Hamas e o início do moroso e emocionalmente desgastante processo de recuperação dos corpos dos falecidos. Como parte da primeira fase do acordo, o Hamas libertou 20 reféns que se encontravam vivos, um momento de alívio para as suas famílias e para a sociedade israelita. Nove destes ex-reféns reuniram-se posteriormente com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e com Jared Kushner, a quem agradeceram pelo seu papel na libertação e pediram ajuda para trazer de volta os corpos dos que não sobreviveram. O acordo estipula que o Hamas deve devolver os corpos dos reféns mortos durante o ataque de 7 de outubro de 2023 e daqueles que morreram em cativeiro.
Até ao momento, 16 corpos foram entregues a Israel, mas estima-se que faltem ainda 12 ou 13.
O Hamas alegou dificuldades significativas nesta tarefa, citando a falta de equipamento pesado necessário para remover os escombros sob os quais muitos corpos — tanto de reféns como de palestinianos — se encontram.
Esta situação levou o vice-presidente dos EUA, JD Vance, a apelar à paciência por parte dos israelitas, reconhecendo que a recuperação dos corpos "não vai acontecer da noite para o dia".
O processo é meticuloso: os corpos são entregues à Cruz Vermelha, que os transfere para o exército israelita para identificação no Centro Médico Abu Kabir.
Em resumoA libertação dos reféns vivos representa um sucesso significativo do acordo de cessar-fogo, mas a complexa tarefa de recuperar os corpos dos falecidos sublinha o profundo trauma do conflito. Este processo continua a ser um ponto sensível e um potencial foco de tensão na manutenção da frágil trégua.