Um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediado pelos Estados Unidos, Egito e Qatar, entrou em vigor a 10 de outubro, pondo fim a dois anos de conflito devastador. A sua implementação enfrenta, no entanto, desafios significativos, com acusações mútuas de violações e uma complexa segunda fase de negociações em curso. A trégua, baseada num plano apresentado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, estabeleceu na sua primeira fase a troca de reféns por prisioneiros palestinianos, a retirada parcial das forças israelitas e a entrada de ajuda humanitária. Contudo, a sua estabilidade foi posta à prova com novos combates e acusações de violações de ambas as partes.
Trump ameaçou que o Hamas será "erradicado" se violar o acordo, sublinhando a pressão norte-americana para a sua manutenção.
As negociações para a segunda fase, que incluem o desarmamento do Hamas, a reconstrução e a futura governação de Gaza, revelaram tensões entre os mediadores.
O Egito pressiona pela entrada de uma força internacional, enquanto Israel exige a devolução de todos os corpos dos reféns como pré-condição. O Hamas, por sua vez, alega dificuldades logísticas para recuperar os corpos devido à destruição massiva e afirma ter recebido garantias de Trump de que a guerra terminou. O líder da UNRWA, Philippe Lazzarini, apelou para que o cessar-fogo não seja dado como adquirido, afirmando que "cada dia é uma prova" e que os garantes devem manter-se empenhados para que o plano seja bem-sucedido.
Em resumoO cessar-fogo em Gaza, embora em vigor, permanece frágil, dependendo da contínua mediação internacional e da superação de profundas divergências sobre a devolução dos corpos dos reféns, o desarmamento do Hamas e a futura governação do enclave.