O colapso do diálogo, mediado pelo Qatar e pela Turquia, agrava um conflito fronteiriço que já causou dezenas de mortos e reflete profundas divergências sobre o combate ao terrorismo.
Islamabad anunciou o fracasso da segunda ronda de negociações em Istambul, com o ministro da Informação paquistanês, Attaullah Tarar, a acusar o lado afegão de evitar "o cerne do problema" e recorrer a "recriminações, táticas de protelação e outras formas de manipulação".
A principal exigência do Paquistão é que o regime talibã no Afeganistão tome "medidas credíveis e decisivas" para garantir que não alberga grupos "terroristas" anti-paquistaneses, como o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP).
Cabul nega veementemente a acusação e, por sua vez, acusa Islamabad de apoiar grupos como o braço regional do Estado Islâmico.
A retórica endureceu drasticamente, com o ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Asif, a ameaçar o seu vizinho com "guerra aberta" e a afirmar que o Paquistão poderia usar "apenas uma fração do seu arsenal para aniquilar completamente o regime talibã". Em resposta, o porta-voz do Ministério do Interior talibã, Abdul Mateen Qani, advertiu que qualquer ataque receberia uma "resposta decisiva que servirá de lição".
O conflito já causou a morte de 50 civis afegãos e 23 soldados paquistaneses, segundo as Nações Unidas e o exército paquistanês, respetivamente.
A fronteira permanece encerrada, agravando a crise humanitária na região.














