A recente exigência de uma multa milionária ao proprietário de um navio com ligações a Israel, apreendido no Estreito de Ormuz, exemplifica a estratégia de pressão de Teerão no contexto mais vasto do conflito no Médio Oriente. Em abril de 2024, a Guarda Revolucionária iraniana apreendeu o porta-contentores 'MSC Aries', com bandeira portuguesa, alegando que este estava "ligado a Israel" por ser gerido por uma empresa do "capitalista sionista Eyal Ofer".

Agora, as autoridades judiciais iranianas anunciaram que foi pedida uma multa de 145 milhões de euros contra o proprietário, acusando-o de "financiar o terrorismo". Esta ação, condenada pelos EUA como um "ato de pirataria", insere-se na escalada de tensões regionais desde o início da guerra em Gaza.

A estratégia iraniana não se limita a ações marítimas.

O Irão é um ator fundamental no apoio a grupos armados que combatem Israel. Os artigos sobre o conflito no Líbano destacam que o Hezbollah "tem o apoio do Irão para combater Israel, à semelhança do Hamas e de outros grupos radicais da região". Este suporte é crucial para a capacidade de atuação destes grupos e constitui um dos principais eixos da política externa iraniana, que visa projetar a sua influência e desafiar a hegemonia israelita e norte-americana na região através de uma rede de aliados e proxies.