A nomeação de um embaixador turco pela primeira vez em anos e a intervenção de potências como os EUA e Israel refletem a complexa nova realidade do país.

O novo governo sírio, liderado por Ahmad al-Sharaa, antigo dirigente do grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), enfrenta dificuldades em consolidar o poder.

A deterioração da segurança é evidente, com confrontos entre militantes drusos e beduínos que, em julho, causaram mais de 2.000 mortos.

Esta situação levou os Estados Unidos a anunciarem ajuda humanitária para cobrir as "necessidades vitais de aproximadamente 60.000 pessoas" destas minorias.

Israel também interveio militarmente, realizando bombardeamentos, incluindo um contra o Ministério da Defesa em Damasco, com a justificação de "proteger a minoria drusa".

No plano diplomático, um dos desenvolvimentos mais significativos é a reaproximação com a Turquia.

Ancara nomeou um embaixador para Damasco, um passo importante após ter rompido relações e apoiado a oposição a Assad.

Esta normalização é motivada pela preocupação turca com a presença de Forças Democráticas Sírias (SDF) e militantes curdos na sua fronteira. Analistas sugerem que a reaproximação está também ligada ao receio de Ancara de que "Israel possa alinhar-se com os curdos na Síria contra a Turquia", revelando a complexa teia de alianças e rivalidades que define o novo tabuleiro de xadrez sírio.