Islamabad exige ações contra grupos terroristas em solo afegão, enquanto Cabul nega as acusações, resultando num impasse perigoso com ameaças de escalada militar.

O cerne da disputa reside na exigência do Paquistão de que o regime talibã tome "medidas credíveis e decisivas" para garantir que não abriga mais "grupos terroristas antipaquistaneses", em particular os talibãs paquistaneses (TTP). Após dias de conversações em Istambul, o ministro da Informação paquistanês, Attaullah Tarar, anunciou o fracasso do diálogo, afirmando que "o lado afegão não ofereceu qualquer garantia, evitou consistentemente o cerne do problema e recorreu a recriminações, táticas de protelação e outras formas de manipulação".

A retórica endureceu com o ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Asif, a ameaçar o vizinho com "guerra aberta" e a afirmar que o Paquistão poderia "aniquilar completamente o regime talibã".

Em resposta, Cabul negou as acusações e alertou que qualquer ataque receberia uma "resposta decisiva".

Apesar do impasse e das ameaças, a diplomacia prevaleceu temporariamente, com Islamabad a aceitar prolongar as negociações "a pedido dos países anfitriões".

As partes concordaram em retomar as conversações em Istambul a 6 de novembro, com o objetivo de criar "um mecanismo de monitorização e verificação" para a paz.