O Paquistão e o regime talibã do Afeganistão encetaram uma ronda de negociações em Istambul, com a mediação da Turquia e do Qatar, numa tentativa de estabelecer um cessar-fogo duradouro e resolver as tensões fronteiriças. As conversações surgiram na sequência de confrontos armados sem precedentes que causaram dezenas de mortos, representando um esforço diplomático crucial para evitar uma escalada do conflito. O diálogo foi motivado pela necessidade de conter a violência na fronteira, que eclodiu após o Paquistão exigir que os talibãs controlassem os insurgentes do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), que, segundo Islamabad, atacavam o seu território a partir do Afeganistão.
Cabul, por sua vez, negou as acusações e acusou o Paquistão de apoiar grupos terroristas como o braço regional do Estado Islâmico.
O objetivo das negociações em Istambul era criar “um mecanismo de monitorização e verificação que garanta a manutenção da paz”.
A delegação paquistanesa, que inicialmente considerou o diálogo fracassado, aceitou prolongar a sua estadia a pedido dos países anfitriões, mantendo assim aberto o canal diplomático.
Este gesto demonstrou a importância atribuída por todas as partes a uma solução negociada, mesmo perante a profunda desconfiança mútua.
O governo afegão descreveu o processo como “complexo”, mas que terminou com um acordo para as partes se reunirem novamente para discutir as questões pendentes, alimentando uma breve esperança de que a diplomacia pudesse prevalecer sobre o confronto militar.
Em resumoAs negociações de paz em Istambul representaram um momento de esperança para a desescalada do conflito fronteiriço entre o Paquistão e o Afeganistão. Mediadas pela Turquia e pelo Qatar, as conversações visavam abordar as acusações mútuas de apoio ao terrorismo, mas, apesar de um esforço inicial para manter o diálogo, as divergências de fundo acabaram por se revelar intransponíveis.