As Nações Unidas alertaram para a gravidade da crise humanitária no Afeganistão, lançando um apelo urgente por 1,3 mil milhões de euros para colmatar um défice de financiamento massivo. A situação de milhões de pessoas em risco foi drasticamente agravada por recentes sismos devastadores e por um afluxo de retornados. O porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, lamentou que o Plano de Resposta e Necessidades Humanitárias, orçado em 2,1 mil milhões de euros, tenha recebido pouco mais de um terço do financiamento necessário, deixando um défice superior a 1,5 mil milhões de dólares. A crise foi exacerbada por múltiplos desastres, incluindo um sismo de magnitude 6.3 no norte do país, que fez pelo menos 27 mortos e mais de 900 feridos, somando-se a um abalo anterior, em agosto, que matou mais de 2.200 pessoas. Fatores como a seca, serviços básicos limitados e o regresso de mais de dois milhões de afegãos ao país este ano agravam ainda mais a situação.
A resposta humanitária enfrenta também obstáculos políticos.
Apesar da proibição dos talibãs sobre o trabalho de mulheres em ONG, a ONU está “em negociações” com Cabul para garantir que as trabalhadoras humanitárias possam participar na resposta ao sismo, uma vez que são “essenciais” para o trabalho no terreno.
Em resumoO Afeganistão enfrenta uma catástrofe humanitária iminente, com a falta de fundos internacionais e os desastres naturais a empurrarem a população para o limite. O apelo da ONU sublinha a urgência de uma resposta global, enquanto as restrições impostas pelos talibãs ao trabalho feminino complicam ainda mais a prestação de ajuda vital.