O Líder Supremo, 'ayatollah' Ali Khamenei, declarou que qualquer cooperação com os Estados Unidos só será considerada se Washington cessar o seu apoio a Israel e retirar todas as suas bases militares da região.

Num discurso perante estudantes, Khamenei descreveu a embaixada norte-americana como um "ninho de conspirações" contra a Revolução Islâmica de 1979 e afirmou que a diferença entre os dois países é "essencial e inerente". As comemorações deste ano ocorreram num contexto de elevada tensão, após a guerra de 12 dias em junho, durante a qual os EUA bombardearam instalações nucleares iranianas, resultando na morte de 1.100 iranianos.

Este conflito interrompeu as negociações indiretas sobre o programa nuclear de Teerão, que estavam a ser mediadas por Omã.

Desde então, o Irão abandonou o processo de monitorização da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e acumulou urânio enriquecido a 60%, aproximando-se da capacidade de produzir armas nucleares. As manifestações em Teerão e noutras cidades incluíram cânticos de "morte aos Estados Unidos" e "Morte a Israel", bem como a queima de bandeiras americanas e israelitas.

A recusa do Irão em dialogar reflete uma profunda desconfiança e a convicção de que a política norte-americana, independentemente do presidente, visa a "submissão" do povo iraniano.