Este processo é um dos pilares da primeira fase do acordo, mas enfrenta dificuldades e acusações mútuas entre as partes.

O protocolo estabelecido prevê que o Hamas entregue as urnas à Cruz Vermelha no enclave, que por sua vez as transfere para as Forças de Defesa de Israel (IDF) para análise forense e identificação no Centro Nacional de Medicina Legal. Através deste processo, foram confirmadas as identidades de reféns como o coronel Asaf Hamami, Omer Neutra e Oz Daniel, cujos corpos foram raptados durante os ataques de 7 de outubro de 2023. O Hamas alega enfrentar grandes dificuldades na localização dos restantes corpos devido à vasta destruição em Gaza e à falta de maquinaria pesada para remover os escombros.

No entanto, Israel acusa o movimento islamita de atrasar deliberadamente as entregas para evitar a discussão sobre o desarmamento, um tema central para a segunda fase das negociações.

O acordo, mediado por Estados Unidos, Egito, Qatar e Turquia, já resultou na restituição de 20 reféns vivos e 22 mortos, em troca da libertação de quase dois mil prisioneiros palestinianos por parte de Israel. A primeira fase do acordo inclui também a retirada parcial das tropas israelitas e a entrada de ajuda humanitária, mas a trégua permanece frágil, tendo sido ameaçada por incidentes que levaram a bombardeamentos israelitas no final de outubro. A fase seguinte, ainda por negociar, abordará a continuação da retirada israelita e o futuro da governação e reconstrução de Gaza.