A devolução dos corpos de reféns detidos pelo Hamas em Gaza constitui um dos elementos centrais e mais sensíveis do acordo de cessar-fogo com Israel. O processo, mediado pela Cruz Vermelha, envolve a entrega dos caixões às Forças de Defesa de Israel (IDF) para posterior identificação forense no Centro Nacional de Medicina Legal de Israel. Recentemente, foram entregues os corpos de vários reféns, incluindo o do tenente Hadar Goldin, morto em combate em 2014, e de Itay Chen, um israelo-americano. O Hamas afirmou ter encontrado os restos mortais em locais como Khan Yunis e o bairro de Shujaiya, durante escavações nos escombros.
No entanto, o processo está envolto em desconfiança.
O Hamas alega dificuldades em localizar todos os corpos devido à vasta destruição e à falta de maquinaria pesada.
Por outro lado, Israel acusa o movimento islamita de atrasar deliberadamente as entregas para evitar a discussão sobre o desarmamento, um tema previsto para a segunda fase das negociações.
A trégua esteve ameaçada em outubro, quando Israel acusou o Hamas de entregar restos mortais que pertenciam a um refém já recuperado anteriormente.
O acordo prevê a troca de reféns (vivos e mortos) por prisioneiros palestinianos. Até ao momento, foram restituídos 20 reféns vivos e mais de 20 mortos, em troca da libertação de quase dois mil prisioneiros palestinianos.
Em resumoA repatriação dos corpos dos reféns é um passo crucial, mas doloroso, no acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. O processo é lento e marcado por acusações mútuas, refletindo a profunda desconfiança que poderá complicar as futuras fases das negociações, incluindo a questão do desarmamento.