O futuro da governação de Gaza no pós-guerra está a gerar profundas divergências na comunidade internacional, com os países árabes e muçulmanos a rejeitarem firmemente qualquer forma de tutela externa sobre o território palestiniano. Numa reunião na Turquia, sete nações muçulmanas, incluindo a Arábia Saudita e o Qatar, defenderam que "os palestinianos devem governar os palestinianos", opondo-se à criação de um "novo sistema de tutela". A posição reflete um ceticismo generalizado em relação ao plano de paz proposto pelos Estados Unidos, que prevê uma força internacional de estabilização (ISF) em Gaza. A relutância em apoiar esta força foi expressa pelos Emirados Árabes Unidos, um dos signatários dos Acordos de Abraão.
O conselheiro presidencial Anwar Gargash afirmou que, na ausência de um "quadro claro", o seu país "provavelmente não participará numa força desse tipo", embora mantenha o seu compromisso com a ajuda humanitária.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, sublinhou a necessidade de uma "reconciliação inter-palestiniana" entre o Hamas e a Autoridade Palestiniana para fortalecer a representação palestiniana.
A Turquia manifestou interesse em participar na força de estabilização, mas a sua proximidade com o Hamas gera desconfiança em Israel, que se opõe à sua inclusão. A implementação de uma força internacional depende de um mandato do Conselho de Segurança da ONU, um passo que poderá enfrentar vetos.
Em resumoA governação de Gaza no pós-guerra é um impasse diplomático. Enquanto os EUA promovem uma força de estabilização internacional, os principais atores regionais insistem na soberania palestiniana, tornando qualquer solução imposta externamente politicamente inviável e destacando a necessidade de um consenso liderado pelos próprios palestinianos.