Apesar da mudança de regime, a situação dos direitos humanos na Síria continua preocupante, com o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) a denunciar a continuação de sequestros e desaparecimentos forçados. A inclusão do novo presidente, Ahmad al-Sharaa, numa lista de terrorismo pela Moldova contrasta com os esforços de reintegração diplomática do Ocidente. Quase um ano após a queda de Bashar al-Assad, o ACNUDH documentou pelo menos 97 raptos desde janeiro de 2025, embora admita que os números são incompletos devido ao receio das famílias em denunciar os casos. O porta-voz Thameen al-Keetan afirmou: "continuamos a receber relatos de raptos que estão a ocorrer ainda hoje na Síria".
Estes novos casos somam-se às mais de 100.000 pessoas que desapareceram durante os 14 anos de guerra civil sob o regime de Assad. Os motivos para os raptos atuais variam, incluindo perseguição étnica contra minorias como os alauitas e os drusos, obtenção de resgates e fugas de mulheres vítimas de violência.
Esta realidade sombria contrasta com as aberturas diplomáticas do Ocidente.
No entanto, nem todos os países partilham do mesmo otimismo.
A Moldova incluiu al-Sharaa na sua "lista de pessoas envolvidas em atos terroristas", uma decisão que reflete o seu passado como líder do grupo Hayat Tahrir al-Sham, ligado à Al-Qaeda, e que evidencia as divisões internacionais sobre a legitimidade do novo governo sírio.
Em resumoQuase um ano após a queda de Assad, a ONU alerta que graves violações de direitos humanos, como sequestros, persistem na Síria. Esta realidade, juntamente com a desconfiança de alguns países como a Moldova, complica os esforços ocidentais para normalizar as relações com o novo governo de Ahmad al-Sharaa.