O resultado, embora necessite de alianças para formar governo, foi saudado tanto pelo Irão como pelos Estados Unidos, refletindo a posição estratégica do Iraque como um ponto de equilíbrio entre potências rivais. O Irão foi um dos primeiros a felicitar o Iraque, considerando as eleições um "passo importante para consolidar o processo democrático".

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, e o presidente Massoud Pezeshkian contactaram as autoridades iraquianas, reafirmando a determinação de Teerão em "reforçar as relações cordiais" com o país vizinho.

Esta reação sublinha a importância que o Irão atribui a um governo estável e amigável em Bagdade, pilar fundamental do seu eixo de influência xiita na região.

Por sua vez, os Estados Unidos também elogiaram o processo eleitoral como "bem-sucedido", com o enviado especial de Washington, Mark Savaya, a destacar o compromisso do povo iraquiano com "a liberdade, o Estado de direito e instituições nacionais fortes".

Os EUA reiteraram o seu apoio à soberania do Iraque e aos esforços para "pôr fim à interferência estrangeira e às milícias armadas", uma referência velada à influência iraniana.

A votação decorreu num contexto de tensão política, agravada pelo boicote do influente clérigo xiita Muqtada al-Sadr, que protestou contra a crise governativa que se seguiu às eleições de 2021.