A administração de Donald Trump tem desempenhado um papel ativo e multifacetado no Médio Oriente, envolvendo-se diretamente na transição política da Síria, na consolidação democrática do Iraque e na contenção da influência iraniana, ao mesmo tempo que intervém nos assuntos internos de aliados como Israel. A abordagem de Trump na Síria representa uma mudança drástica na política externa dos EUA, com a receção do novo presidente de transição, Ahmad al-Sharaa, na Casa Branca. Este encontro histórico foi acompanhado pelo levantamento de sanções e pelo apoio à integração das forças curdas no exército sírio, sinalizando uma aposta na estabilização do país sob a nova liderança.
No Iraque, os EUA felicitaram o governo pela realização de eleições "bem-sucedidas", reafirmando o compromisso de apoiar a soberania iraquiana e combater a influência de milícias armadas, numa clara mensagem a Teerão. A pressão sobre o Irão e os seus aliados é uma constante na política de Trump para a região. Em relação ao Líbano, uma delegação norte-americana transmitiu uma mensagem "firme e clara" sobre a necessidade de acabar com a "influência nociva do Irão através do Hezbollah".
A relação com Israel, embora forte, não está isenta de controvérsia.
Trump interveio diretamente na política israelita ao solicitar formalmente um indulto para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que enfrenta acusações de corrupção, descrevendo o processo como uma "perseguição política".
Esta ação, embora alinhada com o seu apoio a Netanyahu, gerou críticas em Israel por interferir na independência do sistema judicial.
Em resumoA política dos EUA para o Médio Oriente sob Donald Trump é caracterizada por um intervencionismo pragmático e, por vezes, controverso. Desde o apoio à nova liderança na Síria até à pressão sobre o Líbano e a interferência nos assuntos judiciais de Israel, a administração norte-americana procura moldar ativamente o cenário geopolítico da região, equilibrando o apoio a aliados com a contenção de adversários.