Tanto a Autoridade Palestiniana como o Hamas apelam à comunidade internacional para que pressione Israel a cumprir os acordos do cessar-fogo.
A chegada do frio e das chuvas torrenciais expôs a extrema vulnerabilidade da população deslocada, que sobrevive em tendas deterioradas e rasgadas, incapazes de impedir a infiltração de água. A Autoridade Palestiniana descreveu uma “difícil situação humanitária que expõe a vida de crianças, mulheres e idosos a sérios riscos”, apelando aos mediadores do acordo de paz — Estados Unidos, Egito e Qatar — para que pressionem Israel a acelerar a entrega de casas pré-fabricadas.
O Hamas ecoou este apelo, pedindo “responsabilidade moral, humanitária e jurídica” à comunidade internacional perante um “desastre” iminente.
A frustração é agravada pelo facto de a ajuda humanitária que entra no enclave ser manifestamente insuficiente. De acordo com os responsáveis palestinianos, o número de camiões que entraram em Gaza desde o início do cessar-fogo é inferior a metade do estipulado no acordo, que previa entre 500 a 600 veículos diários. Israel continua a impor restrições rigorosas nas passagens fronteiriças, atrasando a entrega de alimentos, medicamentos e abrigos essenciais para uma população que enfrenta uma guerra que já provocou mais de 69 mil mortos e onde a ONU declarou oficialmente o estado de fome.













