A sua libertação, mediante o pagamento de uma fiança, encerra um longo impasse judicial e diplomático que deteriorou as relações entre os dois países.

Kadhafi, de 49 anos, foi detido em 2015 sob a acusação de ocultar informações sobre o desaparecimento do clérigo xiita libanês Moussa al-Sadr, ocorrido na Líbia em 1978. Na altura do desaparecimento, Hannibal tinha menos de três anos.

A sua prolongada detenção sem julgamento foi alvo de críticas, e a Líbia solicitou formalmente a sua libertação em 2023, citando o seu estado de saúde debilitado após uma greve de fome. A libertação foi finalmente concretizada após o pagamento de uma fiança de 900 mil dólares, um valor significativamente reduzido dos 11 milhões de dólares inicialmente exigidos por um juiz de instrução. O advogado de Kadhafi, Laurent Bayon, descreveu o fim de um “pesadelo que durou 10 anos” e atribuiu a resolução do caso à crescente independência da justiça libanesa, que, segundo ele, foi possível após a instalação de um “governo reformista” em janeiro. Hannibal Kadhafi, que vivia no exílio na Síria antes de ser raptado e levado para o Líbano, deverá agora deixar o país para um destino confidencial.