A controversa venda de caças F-35 a Riade emerge como um ponto-chave nas negociações.

A reunião entre o Presidente Donald Trump e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman representa um momento crucial na política externa dos EUA para o Médio Oriente.

O objetivo principal é convencer a Arábia Saudita a aderir aos Acordos de Abraão, mediados por Trump em 2020, que já normalizaram as relações de Israel com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos.

No entanto, Riade tem mantido uma posição firme, condicionando a normalização a “avanços concretos no caminho para um Estado palestiniano”, um obstáculo que persiste.

Para incentivar a adesão saudita, Trump confirmou a intenção de vender os avançados caças F-35 ao reino, uma decisão com profundas implicações estratégicas.

Esta venda, que pode render milhares de milhões de dólares à indústria militar norte-americana, é controversa, pois arrisca comprometer a “vantagem militar qualitativa” de Israel na região, o único país que atualmente opera estes caças. Além disso, subsistem preocupações, semelhantes às que bloquearam uma venda aos Emirados Árabes Unidos, sobre a possibilidade de a tecnologia dos F-35 ser transferida para a China, dado os laços estreitos de Pequim com Riade. A visita do príncipe herdeiro a Washington, que se seguiu a encontros anteriores em Riade, visa definir o rumo das negociações, mas o sucesso da iniciativa norte-americana dependerá da capacidade de conciliar as exigências de segurança sauditas com a sua posição de longa data sobre a questão palestiniana.