O governo israelita, sob pressão, promete agir contra os colonos extremistas, embora as suas ações sejam vistas com ceticismo.

Um ataque recente no cruzamento de Gush Etzion, que resultou na morte de um israelita e feriu outros três, exemplifica a intensificação da violência que assola a região desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023. Segundo dados oficiais, pelo menos 43 israelitas foram mortos na Cisjordânia, enquanto fontes palestinianas reportam a morte de mais de 1.006 palestinianos por soldados ou colonos. Paralelamente, a violência por parte de colonos israelitas atingiu níveis alarmantes. A ONU registou em outubro um pico de ataques de colonos sem precedentes em quase duas décadas. Em resposta a incidentes violentos, como ataques em Beit Lid e numa aldeia perto de Belém, onde casas e veículos foram incendiados, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu condenou as ações de um “pequeno grupo extremista” e prometeu aplicar “toda a força da lei”. No entanto, estas declarações são recebidas com desconfiança por organizações de direitos humanos como a Yesh Din, que apontam para um histórico de impunidade.

Dados da organização revelam que, entre 2005 e 2024, quase 94% das investigações sobre violência de colonos foram encerradas sem qualquer acusação formalizada.

Esta dupla crise, alimentada por ataques palestinianos e pela violência extremista dos colonos, cria um ambiente altamente volátil e desafia a estabilidade do território ocupado.