O Conselho de Segurança da ONU deu um passo significativo ao aprovar a criação de uma Força Internacional de Estabilização para a Faixa de Gaza. A resolução, que também estabelece um "Conselho de Paz" transitório, reflete um esforço internacional para gerir o pós-guerra, embora as dinâmicas geopolíticas, como a abstenção da Rússia, revelem as divisões existentes. A decisão do Conselho de Segurança autoriza a criação de um "Conselho de Paz" para atuar como uma “administração da governação de transição” e permite que este estabeleça uma força internacional temporária no enclave. Esta medida está alinhada com o plano de paz mais amplo promovido pelos Estados Unidos para pôr fim ao conflito.
No entanto, a resolução não obteve apoio unânime.
A Rússia absteve-se, com a comentadora Sónia Sénica a sugerir que Moscovo “queria impor uma alternativa” ao plano norte-americano, com o objetivo de “contrariar um regresso da influência norte-americana à região do Médio Oriente”.
Esta manobra diplomática sublinha a competição geopolítica em torno do futuro de Gaza.
A aprovação da força é um desenvolvimento crucial, mas a sua implementação dependerá de negociações complexas e da disposição dos Estados-membros em contribuir com tropas e recursos. A decisão também provocou uma forte reação da extrema-direita de Israel. O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, ameaçou com “assassínios seletivos de altos membros da Autoridade Palestiniana” se a ONU avançar com o reconhecimento de um Estado palestiniano, demonstrando a forte oposição interna em Israel a tais intervenções internacionais.
Em resumoA aprovação de uma força internacional para Gaza pelo Conselho de Segurança da ONU representa um avanço diplomático para a gestão do pós-conflito. No entanto, a abstenção da Rússia e a forte oposição da extrema-direita israelita ilustram os significativos desafios geopolíticos e regionais que a sua implementação enfrentará.