A violência perpetrada por colonos israelitas na Cisjordânia atingiu um pico sem precedentes, levando a Human Rights Watch (HRW) a acusar Israel de "crimes de guerra" e "limpeza étnica", enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu promete agir contra os agressores. No entanto, os ataques contra palestinianos e as suas propriedades continuam, alimentados por uma cultura de impunidade denunciada por organizações de direitos humanos. Num relatório contundente, a HRW documentou a expulsão forçada de 32 mil palestinianos dos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Shams, afirmando que as forças israelitas "cometeram crimes de guerra, crimes contra a humanidade e limpeza étnica na Cisjordânia".
A organização instou a comunidade internacional a impor sanções a altos funcionários israelitas.
Em resposta à crescente violência, que incluiu ataques em Beit Lid e o incêndio de casas e veículos na aldeia de Jabaa, Netanyahu declarou considerar "extremamente graves os violentos distúrbios" e exortou as autoridades a aplicarem "toda a força da lei contra os manifestantes violentos".
No entanto, estas declarações contrastam fortemente com a realidade no terreno.
Segundo a organização israelita Yesh Din, quase 94% das investigações sobre violência de colonos entre 2005 e 2024 foram encerradas sem acusações. O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) registou em outubro o maior número de ataques de colonos em quase duas décadas, evidenciando uma escalada que as promessas do governo parecem incapazes de conter.
Em resumoA escalada da violência dos colonos na Cisjordânia expõe uma profunda contradição entre a condenação internacional e a retórica do governo israelita, por um lado, e a falta de ação efetiva e a impunidade generalizada, por outro. Esta situação continua a alimentar o ciclo de violência e a minar qualquer perspetiva de paz na região.