Uma visita do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, às tropas posicionadas em território sírio, para além da linha de demarcação, gerou forte condenação internacional e agravou as tensões com Damasco. A ação é vista como uma violação da soberania síria e do acordo de 1974, sinalizando uma postura militar mais assertiva de Israel na região. A visita ocorreu na região dos Montes Golã, onde Israel destacou tropas após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024. Acompanhado por altos funcionários da segurança, Netanyahu afirmou: "Atribuímos imensa importância à nossa capacidade aqui, tanto defensiva como ofensiva, à proteção dos nossos aliados drusos e, sobretudo, à proteção do Estado de Israel e da sua fronteira norte através dos Montes Golã".
A sua presença numa zona supostamente desmilitarizada e sob controlo da ONU foi imediatamente condenada.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio classificou a visita como uma "grave violação da sua soberania e integridade territorial".
A ONU também reagiu, com o porta-voz de António Guterres, Stéphane Dujarric, a considerar a visita "preocupante" e a apelar a Israel para que respeitasse o acordo de 1974.
A enviada especial adjunta da ONU para a Síria, Najat Rochdi, reforçou a condenação.
Este movimento de Netanyahu ocorre num contexto de crescente atividade militar israelita na área, incluindo incursões de patrulhas e o desmantelamento de uma rede de contrabando de armas da Síria para Israel, que envolveu a detenção de cidadãos sírios e soldados israelitas.
Em resumoA visita de Netanyahu a tropas israelitas na Síria, para lá da zona desmilitarizada, foi um ato provocador que aumentou as tensões regionais e atraiu a condenação da ONU e de Damasco. Esta demonstração de força, juntamente com operações contra o contrabando de armas, reflete a estratégia de segurança proativa de Israel na sua fronteira norte.