Ministros da extrema-direita do governo israelita, como Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, têm intensificado a sua retórica radical, defendendo medidas extremas contra os palestinianos que ameaçam minar qualquer perspetiva de paz. As suas propostas, que incluem assassínios seletivos e a anexação da Cisjordânia, refletem a crescente influência da ala mais radical na política israelita. O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, líder do partido Poder Judeu, chegou a defender publicamente "assassínios seletivos de altos membros da Autoridade Palestiniana" caso a ONU avance com o reconhecimento de um Estado Palestiniano. Numa reunião com deputados, Ben Gvir pediu a prisão do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, afirmando que já existe uma "cela de isolamento pronta para ele".
O ministro referiu-se ao povo palestiniano como um "povo inventado" que "não deve ter um Estado". Na mesma linha, o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, do partido Sionismo Religioso, reafirmou que a "missão da sua vida é impedir o estabelecimento de um Estado palestiniano", prometendo usar "todas as forças" para o conseguir.
Estas declarações surgem num momento em que o Knesset já aprovou em primeira leitura um projeto de anexação da Cisjordânia.
Embora o primeiro-ministro Netanyahu se tenha distanciado publicamente de algumas destas propostas, a sua dependência da coligação de extrema-direita limita a sua margem de manobra e alimenta a instabilidade na região.
Em resumoA retórica inflamatória e as propostas extremas de ministros como Ben Gvir e Smotrich expõem as profundas divisões no governo israelita e representam um obstáculo significativo a qualquer solução de paz. As suas posições radicais não só sabotam a possibilidade de um Estado palestiniano, como também aumentam o risco de uma conflagração mais vasta.