A sociedade e as forças armadas israelitas continuam a lidar com as repercussões das falhas de segurança que permitiram o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023. A demissão de generais de topo e os protestos em massa que exigem uma comissão de inquérito independente refletem uma profunda crise de confiança na liderança do país. O exército israelita anunciou a demissão de vários generais que ocupavam posições-chave na data do ataque, incluindo o major-general Aharon Haliva, então chefe dos serviços de informação militar, que foi o primeiro oficial a demitir-se em 2024, assumindo a sua responsabilidade pela tragédia.
Esta medida, contudo, não aplacou a fúria popular.
Milhares de manifestantes têm-se reunido em cidades como Telavive para exigir a criação de uma comissão de inquérito estatal e independente, supervisionada pelo poder judicial, para investigar as falhas que levaram ao ataque que matou cerca de 1.200 pessoas. O governo de Benjamin Netanyahu, em contrapartida, decidiu criar uma comissão liderada pelo próprio executivo, o que gerou acusações de que a investigação não será imparcial.
Líderes da oposição, como Yair Lapid e Benny Gantz, juntaram-se aos protestos, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro.
O governo alega que uma investigação independente poderia prejudicar o esforço de guerra, um argumento que os opositores consideram inválido com a trégua em vigor.
Em resumoA responsabilização pelas falhas do 7 de outubro tornou-se um ponto central de discórdia em Israel, com demissões no exército e uma forte pressão pública por uma investigação independente, o que evidencia uma fratura entre o governo de Netanyahu e uma parte significativa da população e da oposição.