A sociedade e as forças armadas israelitas enfrentam um profundo processo de responsabilização pelas falhas de segurança que permitiram o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023. A demissão de generais de topo e as manifestações populares que exigem uma comissão de inquérito independente refletem uma crise de confiança na liderança política e militar do país. O exército israelita anunciou a demissão de vários generais que ocupavam posições-chave na altura do ataque, incluindo o major-general Aharon Haliva, então chefe dos serviços de informação militar, e o major-general Yaron Finkelman, que comandava o Distrito Militar do Sul. Estas demissões são um reconhecimento direto da responsabilidade institucional pelas falhas que levaram à morte de cerca de 1.200 pessoas.
Paralelamente, a pressão pública para uma investigação mais ampla está a aumentar.
Milhares de manifestantes reuniram-se em Telavive, com a participação de líderes da oposição como Yair Lapid e Benny Gantz, para exigir a criação de uma comissão de inquérito estatal, supervisionada pelo poder judicial e, portanto, independente do governo. No entanto, o governo de Benjamin Netanyahu optou por criar uma comissão liderada pelo próprio executivo, uma decisão que os críticos argumentam que comprometerá a sua imparcialidade. O primeiro-ministro tem recusado a criação de uma estrutura independente, alegando que poderia afetar o curso da guerra, um argumento que perde força com a trégua em vigor. A exigência de uma investigação transparente e completa tornou-se um ponto central do debate político em Israel.
Em resumoO ataque de 7 de outubro desencadeou uma onda de choque e um clamor por responsabilidade em Israel. Enquanto o exército inicia um processo de responsabilização interna com a demissão de altos quadros, a sociedade civil e a oposição política pressionam por uma investigação estatal independente, colocando o governo de Netanyahu sob intenso escrutínio.