O Hamas apelou à ajuda internacional para remover estas "bombas-relógio", destacando um aspeto crítico da crise humanitária que persiste mesmo durante o cessar-fogo.

O porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, instou "todos os organismos internacionais relevantes a tomarem medidas urgentes para remover os perigosos engenhos na Faixa de Gaza".

Esta ameaça é substancial; o Serviço da ONU de Ação contra as Minas (UNMAS) estima que entre 5% a 10% das armas lançadas sobre o enclave não detonaram.

A dimensão do problema é tal que a ONU calcula que poderão ser necessários até 14 anos para que o território fique completamente livre destas bombas. A urgência é acentuada pelos perigos imediatos que representam para os civis que tentam regressar às suas casas e para as equipas humanitárias que operam no terreno.

A UNICEF alertou que, desde o início do cessar-fogo em outubro, pelo menos 67 crianças morreram em incidentes relacionados com o conflito, o que representa "uma média de quase duas crianças por dia". Muitos destes incidentes estão ligados à detonação acidental de resíduos explosivos de guerra, que incluem granadas de morteiro, 'rockets' e outros engenhos. A guerra, que segundo as autoridades locais provocou mais de 69.500 mortos, deixou um campo minado invisível que continuará a ceifar vidas muito depois do fim das hostilidades ativas.