A situação levou ao colapso de um cessar-fogo e a uma perigosa escalada militar entre os dois países.

O Paquistão declarou oficialmente o fim do cessar-fogo, justificando a decisão com a continuação dos ataques terroristas do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) a partir de solo afegão. O porta-voz paquistanês, Tahir Andrabi, afirmou que o objetivo do acordo era “pôr fim aos ataques terroristas”, o que não se verificou.

Em retaliação a um atentado suicida em Peshawar, que matou três agentes e foi atribuído a cidadãos afegãos, o Afeganistão acusou o Paquistão de realizar ataques aéreos na província de Khost, matando dez civis, incluindo nove crianças.

O porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid, condenou os bombardeamentos e avisou que o Afeganistão daria “uma resposta adequada em momento oportuno”. Islamabad negou ter atacado o Afeganistão, com um porta-voz militar a afirmar que “sempre que efetuamos um ataque, assumimos a responsabilidade”.

A troca de acusações reflete a profunda desconfiança entre os dois vizinhos.

Cabul nega abrigar o TTP e considera a violência no Paquistão um problema interno, enquanto Islamabad insiste que o Afeganistão falha em controlar os grupos militantes que operam a partir do seu território.