A diplomacia para pôr fim à guerra em Gaza, impulsionada por um plano do Presidente norte-americano Donald Trump, encontra-se num momento crítico.

A primeira fase do acordo, que entrou em vigor a 10 de outubro, permitiu a libertação de 20 reféns vivos e a entrega dos corpos de 30 reféns mortos pelo Hamas, em troca da libertação de cerca de 2.000 prisioneiros palestinianos por parte de Israel.

Contudo, o progresso estagnou.

Israel recusa-se a permitir a reabertura total da passagem de Rafah para a entrada de mais ajuda humanitária, uma condição da primeira fase, até que os restos mortais dos dois últimos reféns sejam devolvidos.

O Hamas, por sua vez, atribui o atraso a "dificuldades de recuperação dos corpos num território devastado".

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, expressou a urgência da situação, declarando: "Consideramos que devemos pressionar as partes a avançar, muito, muito em breve, para a segunda fase".

Esta nova etapa, ainda por aprovar, aborda os desafios mais complexos: o desarmamento do Hamas, a reconstrução de Gaza, a criação de uma autoridade de transição para governar o enclave e o envio de uma força internacional de estabilização. A presença militar israelita na chamada "Linha Amarela", que delimita a zona de onde as suas tropas se retiraram parcialmente, também é um ponto de discórdia fundamental a ser resolvido.