A fronteira israelo-libanesa permanece um foco de alta tensão, com violações persistentes do cessar-fogo por parte de Israel e uma crescente desconfiança sobre a capacidade do Hezbollah de garantir a segurança do Líbano. A construção de muros por Israel em território libanês e os contínuos ataques aéreos levaram Beirute a apresentar uma queixa formal junto das Nações Unidas. O governo libanês denunciou formalmente Israel na ONU pela construção de dois muros de betão na cidade de Yaroun, alegando que a estrutura representa "um entrincheiramento adicional em território libanês" e uma violação da resolução 1701 do Conselho de Segurança. Esta queixa surge num contexto de fragilidade do cessar-fogo estabelecido em novembro de 2024, que, segundo a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), já registou cerca de 10 mil violações.
A eficácia da estratégia do Hezbollah é agora questionada publicamente pelo próprio primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam.
Ao assinalar o aniversário da trégua, Salam declarou: "A dissuasão significa impedir o inimigo de atacar, mas o inimigo atacou, e as suas armas não o detiveram".
Esta afirmação reflete a realidade no terreno, onde Israel continua a realizar ataques, incluindo operações que resultaram na morte de grande parte da liderança do Hezbollah, como o seu líder histórico, Hassan Nasrallah, e o chefe militar Haytham Ali Tabatabai. A posição de Israel permanece intransigente, com o ministro Israel Katz a afirmar que "não haverá calma em Beirute nem ordem e estabilidade no Líbano enquanto a segurança do Estado de Israel não estiver garantida".
Em resumoA fronteira israelo-libanesa é um barril de pólvora, com o Líbano a recorrer à ONU para contestar a construção de muros por Israel, enquanto a liderança libanesa questiona a capacidade de dissuasão do Hezbollah. Israel, por sua vez, mantém uma postura agressiva, condicionando a estabilidade do Líbano à sua própria segurança e continuando as operações militares apesar do cessar-fogo.