Um dos pilares centrais da primeira fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi a troca de reféns detidos em Gaza por prisioneiros palestinianos em cadeias israelitas. Este processo, embora crucial para o acordo, tem sido marcado por tensões e atrasos, evidenciando a desconfiança mútua entre as partes.\n\nO acordo previa a libertação dos 20 reféns que ainda se encontravam vivos em posse do Hamas, em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos. A libertação dos reféns vivos foi praticamente concluída no início do cessar-fogo. No entanto, a devolução dos corpos dos reféns falecidos tem sido um ponto de discórdia. Israel condiciona o avanço para a segunda fase do plano de paz à recuperação de todos os reféns, incluindo os restos mortais de um cidadão israelita e de um tailandês.
O Hamas, por sua vez, atribuiu os atrasos na entrega dos corpos às dificuldades logísticas num território devastado pela guerra.
Recentemente, a polícia israelita confirmou ter recebido, através da Cruz Vermelha, restos mortais para identificação, sendo que exames posteriores revelaram que não correspondiam aos reféns esperados.
A entrega do corpo do agricultor tailandês Sudthisak Rinthalak, morto a 7 de outubro de 2023, foi confirmada posteriormente, deixando apenas o corpo do polícia israelita Ran Gvili por recuperar. A complexidade e a carga emocional deste processo sublinham a sua importância como medida de construção de confiança, sendo um pré-requisito fundamental, do ponto de vista israelita, para qualquer progresso nas negociações de paz.
Em resumoA troca de reféns por prisioneiros foi um elemento essencial e delicado da primeira fase do cessar-fogo em Gaza. Embora a libertação dos reféns vivos tenha sido concluída, a devolução dos corpos dos falecidos tem sido um processo lento e tenso, funcionando como um barómetro da viabilidade do plano de paz e um pré-requisito para futuras negociações.