A fronteira entre Israel e o Líbano continua a ser um foco de tensão, com ataques israelitas quase diários contra posições do Hezbollah, mesmo durante a vigência de um cessar-fogo. No entanto, um desenvolvimento diplomático significativo ocorreu com a realização das primeiras conversações diretas entre responsáveis civis dos dois países em mais de 40 anos.\n\nO exército israelita anunciou a intenção de atacar "infraestruturas terroristas do Hezbollah em todo o sul do Líbano", apelando à evacuação de civis de aldeias específicas. Estes ataques inserem-se numa campanha contínua, apesar de um cessar-fogo supervisionado pela Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) estar em vigor há um ano.
Israel acusa o Hezbollah de se rearmar e de violar a soberania libanesa, mantendo ainda cinco posições militares em território libanês.
A tensão intensificou-se com a morte do chefe militar do Hezbollah, Haitham Ali Tabatabai, num bombardeamento israelita em Beirute.
Em contrapartida, um encontro inédito entre delegações civis libanesas e israelitas, no âmbito do organismo de supervisão do cessar-fogo, foi descrito por Israel como um "avanço histórico" e uma "tentativa inicial de estabelecer as bases para uma relação bilateral". O primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, contrapôs, afirmando que as reuniões não constituem negociações "políticas" de paz, mas visam a "cessação das hostilidades, a retirada total israelita" e a libertação de reféns, sublinhando que o desarmamento do Hezbollah é "essencial" para Israel.
Em resumoA situação na fronteira israelo-libanesa é marcada por uma dualidade: enquanto a violência militar persiste com ataques israelitas contra o Hezbollah, um canal diplomático inédito foi aberto com as primeiras conversações diretas em décadas. Este desenvolvimento, embora visto de forma diferente por Beirute e Telavive, representa um passo cauteloso em direção à desescalada num dos mais voláteis focos de conflito do Médio Oriente.