A fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão foi palco de confrontos mortais, refletindo uma escalada nas tensões diplomáticas entre os dois países vizinhos. As trocas de tiros resultaram em vítimas civis e militares, num contexto de acusações mútuas e do fracasso de negociações recentes.\n\nOs confrontos, que ocorreram principalmente no distrito de Spin Boldak, na província afegã de Kandahar, causaram a morte de cinco pessoas no Afeganistão, incluindo um combatente talibã, e feriram outras cinco, segundo o governo talibã. O incidente seguiu-se a acusações recíprocas de ambos os lados sobre quem iniciou o fogo.
Fontes de segurança paquistanesas atribuíram o início dos confrontos a "ataques não provocados das forças afegãs".
Esta violência surge num momento de elevada tensão diplomática, após o fracasso de uma ronda de negociações mediada pela Arábia Saudita.
As relações transfronteiriças têm sido voláteis, com episódios de confrontos em outubro e ataques aéreos paquistaneses em território afegão em novembro, que, segundo os talibãs, mataram 10 civis. A principal fonte de discórdia é a acusação de Islamabad de que os talibãs afegãos dão refúgio a membros do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), os talibãs paquistaneses, que realizam ataques terroristas no Paquistão. Desde o regresso dos talibãs ao poder em Cabul, em agosto de 2021, a violência tem aumentado no Paquistão, especialmente nas províncias fronteiriças.
Em resumoOs confrontos mortais na fronteira afegano-paquistanesa são um sintoma da profunda desconfiança e das tensões diplomáticas entre Cabul e Islamabad. A questão do refúgio de militantes do TTP no Afeganistão continua a ser o principal ponto de atrito, alimentando um ciclo de violência que mina a estabilidade regional e afeta as populações civis.